segunda-feira, 5 de julho de 2010

De outro mundo.

Antes de tudo, duas observações relevantes:


•se você é um humano convicto e tem aquela velha opinião formada sobre tudo, esse texto não foi feito pra ser lido por você.


•nada do que esteja expresso no texto tem cunho demagogo ou aspira perfeição.






Bravo!!!
Cientistas americanos começaram a investigar os genes do Ozzy Osbourne para, quem sabe, descobrir a fórmula mágica da vida, mesmo em pessoas que levam uma vida desregrada - pra dizer o mínimo.
A boa nova é louvável para os humanos bestificados nos quais temos nos transformado. E eu estou ficando cansado disso.
Acredito piamente na "piada" de que o homem é apenas mais um a preencher o hall dos animais irracionais, e digo com a firmeza da pouca razão que suponho me restar que, no dia em que eu encontrar uma lâmpada mágica digital, e dela sair um gênio em 3D, vou pedir que ele me mande pra Marte.
Não que eu goste da idéia de viver isolado, sem minha agenda do celular ou meu correio eletrônico de infinitos gigabytes, longe disso. O problema é que, de tanto almejarem ser humanos ultrassônicos, as pessoas estão se transformando em robôs pré-programados para seguir um modelo imaginário de perfeição.
São descobertas incríveis de curas para doenças, muitas delas causadas por eles próprios; invenções práticas que servem unicamente para escravizar os alienados que se deslumbram por qualquer tênis moderninho que veem na vitrine daquela loja chiquerrérrima; progressos genéticos que prometem reverter o tempo, como se o homem comprasse o tempo junto com aquele relógio de 354 cores.
São musicas que falam de coisa nenhuma, cantadas por infinitas vozes rigorosamente iguais, no mesmo tom de relinchos. São pet shops que revolucionam e salões de beleza que operam milagres.
Tudo por fora.
Por dentro a parafernalha parece vir com defeito de fábrica, porque a maioria de nós, robôs, tendemos a repetir exatamente as mesmas coisas que ouvimos aquela vj super estilosa ou o garoitinho ridículo do blog dizer. A maioria de nós, que tanto condenamos as marias-vão-com-as-outras, simplesmente segue a fila, que ganhou nomes mais despojados.
Maria caiu de moda.
E o que dizer dos sentimentos?
Faz-me rir.
Onde se ouviu dizer que robôs tem sentimento?
Nós aqui do planeta Terra preferimos ir ali na esquina, fumar qualquer coisa que nos dê status, encontrar "amigos" que inflem nosso ego, falar de drogas, bebidas, festas, brigas, mais drogas, etiquetas caríssimas em panos de chão...
O outro, aqui, é só o outro.
Porque deveríamos nos importar com coisas tão futeis como o amor?
O amor é uma descoberta que só vai ser investigada daqui a uns mil anos, quando algum metido a sabido resolver estudar as causas da extinção do homem-robô e acabar indo parar em Marte.
Não seria uma má idéia.
É, e talvez eu não seja mesmo daqui.