terça-feira, 9 de agosto de 2011

Soneto Carnal.

Quando teu olhar pousou
N'aquela forma ardente
Deixou desejo latente
Os armários bagunçou

Tirou de mim o sossego
Fez ressurgir o fulgor
E esse teu esplendor
Trouxe a nós um aconchego

E os corpos que roçagavam
Os corações que pulsavam
Esperando pelo depois

Os beijos longos, o abraço
A falta de jeito, embaraço
Uniram em um, o nós dois.

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Poema Crônico Número Um

Quando a dor me sucumbir
E de mim nada restar
Quando a chuva não cair
E a lágrima rolar
Quando a lástima existir
Ocupando o meu lugar...

Nada mais importará
O lembrado ou esquecido
E o tempo passará
Sufocando o meu gemido
Que jamais encontrará
A atenção do teu ouvido

E se Deus me permitir
Um desejo reclamar
Certamente irei pedir
P'ro acaso me levar
Sem que eu te veja partir
Planejando não voltar

Só então acabará
Meu caminho dolorido
E a tua alma terá
A paz que havia perdido
Meu inverno findará
Embora nem tenha chovido

E meu rosto vai sumir
Para muito além do mar
Meu silêncio te aturdir
Impedindo de chorar
Por ter feito destruir
O brilho do meu olhar

Meu caminho acabará
Meu mundo terá caido
A lembrança ficará
Do meu desejo perdido
Que deveras pesará
Por ter sido destruído

Quando o riso se esvair
E a saudade apertar
Temo n'alma refletir
Dolorosa e devagar
A angústia que é sentir
A amargura de amar.