domingo, 13 de fevereiro de 2011

Pelas buscas sem sucesso.


Meu nome não é pessimismo, nem ao menos foi um dia.
Também não costumo ser aquelas pessoas de alma nefasta que parecem a todo o tempo acompanhadas por uma nuvem negra.
Mas às vezes eu simplesmente não consigo me levantar.
E essa é uma das vezes.
Não é falta de sonhos, nem de objetivos.
Não falta coragem, não falta vontade, não falta competência.
Tenho de sobra caráter.
O que falta é algo sem denominação.
Falta preencher um vazio grande.
Falta oportunidade.

E essas ausências sucessivas doem, rasgam e corroem tudo por dentro.
É uma sensação horrível e desgastante de ir deixando os pedaços a cada parada pro almoço. Algo como perder um minuto de vida pra cada lágrima derramada, e não saber como fazer os olhos pararem de chorar - nem a alma.
Perdi de vista o Allan-palhaço, a boa companhia nas tardes de sábado, o que fazia todo mundo rir e aparentava nunca estar pra baixo.
Ando me acostumando - à força - com o Allan-mudo, aquele que passa e não é notado, aquele que some dos lugares que vai, e que rejeita ir a muitos outros lugares.
Allan-cansaço.
Cansado de recolher estilhaços de mim mesmo.
Cansado de me quebrar a cada tentativa de me consertar novamente.

Ando frio, como um inverno que nunca acaba.
E a todo momento caem mais pedaços enormes de gelo - banhos de água fria.

E cada dia mais me convenço de que não faço muita falta.
É o mundo dos robôs suprimindo as emoções.
É a lataria enferrujando.

É a eterna tristeza pelas buscas sem sucesso.