Como reconhecer um redemoinho.

Quando me propus a criar esse blog/diário/psicólogo/analista, a primeira coisa na qual pensei foi em como nomear, de forma mais interpretativa possivel, esse meu lugar público de exposição particular, esse meu pedaço que tanto teimo em dividir com o máximo de pessoas possíveis, já que vivo em constante necessidade de comunicação intensa - e próxima.
Eis que surgiu, depois de muitos parafusos afrouxados e porcas totalmente soltas, a idéia do Redemoinho.
Não procurei em dicionários de nomes, como os pais modernos fazem com seus filhos. Muito menos pedi palpites. Nunca peço palpites pras coisas de dentro, pois ninguém as conhece melhor que eu mesmo.
Escolhi Redemoinho por ser a definição mais sutil e perturbadora de um ser que ao mesmo tempo é calmaria e tempestade.
Um ser que não cabe em si, de tão grande, e que se ajusta em qualquer pedaço do que se pode chamar de lugar.
Um ser que, embora odeie falar dele proprio na terceira pessoa, o faz por ser esteticamente mais atraente (pelo menos nos textos).

Redemoinhos causam desconforto, bagunçam, chegam sem pedir licença e entram. Desestabilizam, enchem tudo de folhas secas, papéis velhos e pó.
Redemoinhos desagradam, instigam e enfurecem até o mais evoluido dos seres.

E o fato de serem tão devastadores me deixa fascinado.
Brisas leves, ventos de outono, aracatis. Todos eles na verdade se transformam, cedo ou tarde, numa tentadora tempestade - de redemoinhos.

E assim eu me defino.
Tiro tudo do lugar.
E coloco, exatamente onde me convém, ou onde eu acho que convém.
Eu, desse jeito, redemoinho.