domingo, 26 de outubro de 2008

Manhã de domingo.

Tudo é efêmero se você permitir que seja.
Com um tempo começo a ver que a felicidade pode existir se eu conseguir fazer com que aquilo que tenho transforme-se naquilo que preciso.É só saber ver quem se tem e o que se tem,e aprender a valorizar aquilo que talvez passe despercebido.É aprender a jogar com as cartas da mesa.Não adianta procurar coringas em baixo das mangas,a vida é como é e, ou se aprende a dançar conforme a música,ou se é levado pelo esquecimento.

*"...fica decretado que todos os dias da semana,inclusive as terças-feiras mais cinzentas,tem direito a converter-se em manhãs de domingo."

O segredo pode estar na forma como enxergo os fatos e os causadores deles,pode também ocorrer a falta de fatos,quem sabe nem exista um segredo.O que eu sei é que a vida é bela demais pra se desperdiçar em prantos ou nostalgia,a vida passa e eu preciso viver esta vida e me abastar com tudo o que ela tem a me oferecer.Não esperar tijolos que não querem estar na construção,mas saber juntar os que tenho,fazer diferente a cada segundo e deixar de chorar leite derramado,parar de perder tempo.
Saber que tem um universo de braços abertos pra mim,quando eu me deixo abalar por alguns cometas.Comigo não.
Não existe nada mais prazeroso que sentar num rio e deixar que a correnteza leve todo aquele peso que sempre toma conta de mim,abraçar pessoas que amo,fazer nada e ao mesmo tempo ter vivido um ano em poucas horas.Ser xingado de tudo quanto é nome,pegar um baita sol,ficar parecendo um camarão, olhar dentro de olhos que me dizem o quanto sou importante,brincar de um jogo que eu nem conhecia e ganhar todas as partidas (tá bom, eu perdi só uma)...
Uma infinidade de gestos simples que fazem perceber o quanto é bom existir,não só no mundo,mas no coração dos outros...
Ser completo.Um cara completo.
Sentir o vento, a liberdade que eu insisto em desprezar...
Tudo é tão mais leve quando se olha de um jeito melhor,de um jeito otimista,contrariando o que eu já disse alguma vez.Mas contradições também são sempre bem-vindas se vierem para um amadurecimento interno.Cansei de ser verde.
Enfim,pode até ser que a felicidade tenha mesmo toda essa efemeridade que tanto falam,mas eu vou ser feliz,mesmo que seja por uma manhã de domingo.
Há momentos que se eternizam.


P.S. Nanny,Michele,me desculpem mas o rei do palitinho com pedras sou eu! ;)


* - Trecho do Estatuto do Homem, de Pedro Bial

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

13 pra meia-noite

De costas pra TV que noticia alguma coisa sobre a moda de assassinar adolescentes, sentado na cama,apoiado na cabeceira,reflito sobre a vida, ou a falta dela.
O silêncio é quase que total,interrompido apenas pelo periódico apito do guarda do posto de gasolina que fica logo ao lado,esse deve ser o ritual que ele usa para amedrontar os bêbados,já que bandidos por essas bandas são tão presentes quanto políticos fora da época das eleições.
Me pego pensando nas pessoas de todas as noites,aquelas que preenchem meus pensamentos nos ultimos minutos antes de dormir, e nos primeiros após acordar,e lembro que remotamente possa ser que elas também pensem em mim,só remotamente,tento esboçar um sorriso,mas meu pessimismo me diz que elas não pensam mesmo,e eu sempre sigo meu pessimismo.
Penso nos seus sorrisos,nas expressões típicas,modos como chamam meu nome,em como é bom conviver com cada um, melhor que conviver comigo mesmo...relembro a impaciência em esperar pelas minhas respostas nas janelas de msn da vida, e lembro que como o tempo é cruel, hoje a maioria infelizmente apenas não abre mais essas janelas...
Olho pra frente, minha parede recoberta pela minha coleção de bonés que tanto aprecio,eu incendiaria todos eles para voltar esse maldito tempo que tudo corrói, maldito tempo que passa.
Do lado,quase que totalmente abaixo da cama,meu par de all star sujíssimo me faz recordar as doces lembranças de um passado próximo,com um gosto de malandragem quase infantil...
Volto a mirar meus olhos no lençol frio que de tempos em tempos apresenta leves movimentos causados pelo tufão forte de vento que também sopra meu rosto.
Agora penso na minha importância,e minha insegurança podre me diz que ela nem existe,me diz que eu não sou importante patavinas,e de repente uma lágrima insiste em cair,mas antes que o faça é dissipada pelo vento, mesmo vento que leva tudo embora...
Olho em volta,os móveis me aparecem vagamente com a meia-luz do que eu chamo de abajour,uma picada de mosquito me incomoda como se houvesse sido um atropelamento.Mas mato o impecilho como por diversão,minha expressão é fria,digo isso porque num vulto consigo enxergar meu reflexo no espelho.
Desligo a TV.
Olho o relógio,são 23:47, eu já deveria estar dormindo o sono dos justos,mas é injustiça demais na minha cabeça,injusto estar aqui.
Volto a pensar cabisbaixo em como o tempo é cruel em mudar tudo aquilo que por mim seria eterno,mas me pergunto se o tempo não é o remédio pra tudo,ou o veneno...depende da dosagem,acho que de tanto tempo eu sofri uma overdose irreversível.
Movimentos no quarto ao lado me lembram que as 4:00 minha mãe estará acordada,e penso se até lá eu já terei dormido,creio que não, é muita coisa pra ocupar minha cabeça,é muita gente que eu ainda tenho que lembrar e orar...
Um copo d'água do lado me faz lembrar que minha garganta está seca, e que horas atrás eu aconselhei que alguém bebesse mais algumas gotas desse tão precioso "barrador de lágrimas",faz bem à saúde.
Uma confusão de pensamentos e sentimentos me atordoa e tento dormir.Doce ilusão.
Tudo é tão obscuro quanto essa quase madrugada.
Queria abrir a janela e poder enxegar a lua,algo de concreto que a minha insegurança não pudesse negar,mas é tarde demais,sempre foi tarde demais pra ver as coisas que só pra mim não existem.Mas me conforta muito saber que pros outros sempre existiu,saber que eu existo pros outros.
Paro de me martirizar,pego o MP3 e escuto uma música,a única que eu não deveria ouvir neste momento.Parece feitiço, a mesma música que passei o dia evitando,me reaparece a noite,uma que fala em curas e doenças...afinal,será que eu sou a cura ou a doença dos que me rodeiam?
Às vezes é melhor que não me respondam isto.
Muitos me pedem pra desabafar,e ver se alguém tem alguma coisa contra mim.A covardia me impede.E se de repente alguém resolve ter?
É caos demais pra uma criatura só.
Solto tudo no chão, bebo toda a água do copo,olho mais uma vez o relógio,já passa de meia-noite,esboço um meio sorriso de esperança por outro dia,e vou dormir,temendo o futuro que sempre chegará.

Ca/D/ência. /R/


Saudade. Superstição. Ócio. Preguiça de viver. Sabatina. Fanta Uva. Solidão. Perfeccionismo. Intensidade. Manicômio. Festa. Sem graça. Colegas. Conveniência. Amigos. Raridade. Calabresa. Fotografia. Lua Minguante. Coração diminuindo. Lágrima. Perdão. Fênix. Queda. Incompreensão. Desânimo. Falta de assunto. Outra queda. E mais uma. Status offline. Dor de garganta. Medo. Sol rachando. Copo d'água. Pedaços mortos. Náusea. Felicidade. Depressão. Dependência. Auto-estima baixa. Ódio. De mim mesmo. Mágoa. Pessoas demais. Sensacionalismo. Pena. Importância. Falta dela. Cocô fedido. Abstracionismo. Futilidade. Conselhos. Trident de canela. Bons momentos. Maus bocados. Doce de leite. Com coco. Outra lágrima. Aflição. Riso solto. Contido. Ansiedade. Mórbita. Status ausente. Vinte e um. Lans. Allan. Oi. Doritos. Marisa. Cássia. Ana. Chocolate Branco. Paradoxo. Totalitarismo. Fixação. Companheirismo. Duas pedras de gelo. Limitações. Incompetência. Problemas. Salada. Sem banana. Rede armada. 1 chamada não atendida. Status ocupado. Mau cheiro. Sonhos. Realidade. Choro. Soluço. Febre. Tampas de desodorante. Tempo acabou. Mitologia. Sanidade. Insanidade. Frieza. Mensagem de voz. Rouquidão. Café com leite. Suco de manga. Banho gelado. Covardia. Inveja. Omissão. Ano novo. Vida velha. Água sanitária. Tristeza. Reciprocidade. Consideração. Vaso sanitário. Outra lágrima. Imaturidade. Inconsequência. Insegurança. Imbecil. Calor. Frio. Psicologia. Utopia. Sem limite. Redemoinho. Começo. Meio. Fim.

terça-feira, 21 de outubro de 2008

Prefácio


Foi estranho,pra mim tudo era inverno em pleno escaldante verão, um misto de decadência e descompasso,um carnaval de serpentinas em plena páscoa, e um sorriso cobrindo lágrimas que sempre insistiam em cair.
Pessoas demais por pouquíssimos instantes,sempre restou a angústia da falta de companhia.Muita alegria mal distribuida num período curtíssimo de tempo, enquanto a nostalgia perdura por noites a fio,muitas vozes que poderiam ter calado para preencher o silêncio que condena os dias atuais.
Muita conveniência,putrefação.
Não há um sentido em se mentir ou se omitir alguma coisa,não há porquês nem "para quês",tudo seria tão mais simples se fosse mais honesto,é desorganização de idéias,são tropeços no egocentrismo,flores murchas.
Tanto caos,tanto desperdício,tanta falta do que fazer e falar.
São photoshops demais, que além de imagens e textos,editam a personalidade,editam o caráter que deveriam ser mostrados na real forma de ser.
Pessoas que não conseguem viver sem outras,acabam as matando,ou no literal sentido da palavra, ou matando por sufocamento de sentimentos; outras desestruturadas assinam a própria lápide por não conseguirem lidar com si mesmos...
O mar é agitado demais pra quem não sabe nadar,mas ficar na praia pode não ser tão seguro assim.
Pode ser que esse teatro em que vivemos-fantasiosamente chamado de vida-seja apenas um beco sem saída,em que muitos sobem pelas paredes,mas a maioria prefere cavar buracos.É sempre bom deixar um pouco pra depois.
Eu não sei o que falta,mas eu sei que está faltando algo,e é em mim.
Colocar terceiros acima do bem e do mal é perigoso,superestimar ou ser superestimado chega a ser maléfico.
Mas nada tem tanto sentido quanto a falta de sentido.
Nada funciona.

domingo, 19 de outubro de 2008

Poema de um só

Quem já soube solidão
Angústia de quem adora
Talvez por perder o chão
Não achou que visse a hora
De dizer um sim,um não
Ou deixar-se ir embora

Quem sentiu ou ainda sente
O aperto forte,o tremor
Na certa ainda é ciente
Que a essência da dor
É não ter e nem poder
Medir o tamanho do amor

Talvez por falta de sorte
De escolha ou atenção
Muitos sós não se permitam
Sentir fundo na emoção
A beleza e o encanto
De se ter um coração

Sabendo da solitude
Felicidade disfarçada
Muita gente ainda prefere
Viver vida maquiada
Ou simplesmente morrer
Sem ter feito quase nada

Pode ser, quem sabe um dia
Que cada um possa ver
Na beleza das manhãs
O sol da vida nascer
Trazendo consigo alegria
Que sempre se pode ter

E por fim,sem relevância
Passar-se a enxergar
Que o só não é sozinho
Se passar a acreditar
No esplendor da amizade
Que se eternizará!








P.S. Não gosto muito de escrever poesias, mas tá valendo.

Superando adversidades no amor.

por Joseph Fort Newton


As adversidades requerem ação;
A ação amorosa traz soluções.
A força do nosso amor é revelada pela forma como lidamos com os problemas e as frustações.É fácil ser gentil e positivo quando tudo flui maravilhosamente na vida. É quando mudam as correntes da vida e quando temporiariamente nos superam que nossa força é mais exigida.
O amor constrói os mais aptos sobreviventes. Ensina-nos a não desperdiçarmos o tempo perguntando-nos "por que eu?" e sim a perguntarmos " e agora,o quê fazer?"

A primeira pergunta gera conflito inútil,sem sentido,mais a segunda sugere ação,sem a cargada pena de si mesmo e da acusação inútil.
As adversidades dificilmente são causa de fracassos nos relacionamentos se houver amor.pelo contrário: na realidade ajudam na transformação e na sobrevivência.
Não podemos dizer o que pode acontecer a nós na estranha miscelânea que é a vida.
Mas podemos decidir o que acontece entre nós... como assumi-lo e o que fazer a respeito...pois,afinal,é só o que conta.






Enviado por Raffah Toledo.

sábado, 18 de outubro de 2008

Luz no fim do túnel.

A vida é um mistério,sem dúvida alguma um mistério.
Tanta solidão,tanta tristeza, tanta mágoa.
Tudo se acaba com a frouxidão de um sorriso, ou uma palavra de carinho.
Vejo agora que a alegria não está nas coisas que acontecem ou deixam de acontecer, a alegria está na forma como encaramos os fatos, temos o poder supremo de escolher entre sermos felizes ou tristes,eu estou escolhendo ser feliz a cada dia, feliz ao ponto de sentar no nada, e aproveitar a vista,seja de um pássaro voando,dos ponteiros do relógio, de fotos das pessoas que amo,ou simplesmente do espelho, que agora reflete olhos brilhando e um sorriso largo,involuntário...
Descobri que há muito além do mundo que eu insistia em ver preto e branco, que há muito de mim nos outros, e mais ainda dos outros em mim.
Comecei a perceber que para me sentir importante, basta eu ver nos olhos dos que me amam o meu reflexo,basta saber que eles existem, e que por mais desencontros que hajam,serão esses que sempre voltarão com uma palavra de conforto, com uma bronca, com um abraço, com a vontade de tentar de novo, são meus amigos,meus irmãos,minha vida...
Pessoas maravilhosas que se fazem luz no fim do túnel, que se fazem abrigo e chegada,pessoas que eu posso ter xingado,pensado errado, mas que sempre sabem entender que ninguém é perfeito,pessoas mágicas...
É alucinante como para cada dia mal existem vários outros dias bons, porque, assim como uma das pessoas especiais citadas acima disse, o problema é do tamanho da importância que você dá a ele, e para mim hoje, problemas não são nada, porque eu tenho seres maravilhosos ao meu lado, tenho várias luzes no fim do meu túnel,e agradeço demais a Deus por isso,por cada uma destas criaturas abençoadas que me aparecem e que nunca sumirão,se eternizaram desde o primeiro minuto que surgiram.
Anjos que tomo como exemplo pra minhas decisões,anjos a quem ofereço todo o meu tempo, tudo o que for preciso,pessoas insubstituiveis.
Enfim, tenho muito a agradecer e pouquissimo a pedir.
Muito obrigado pessoas!

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Solidão.


Tenho estado só.
Só com relação aos outros, e só com relação a mim mesmo.É como se eu não me sentisse mais em mim, como se a alma houvesse morrido antes do corpo, isso é estranho e me desperta um misto de medo e curiosidade pelo que ainda possa vir.
Sinto falta de muita coisa, de muita gente, de muitos "eus" perdidos em algum lugar que não lembro mais, talvez se me recordasse por onde passei poderia buscar um eu feliz, o eu que mais me agradava.Não que eu seja vários, sou unicamente homogêneo, mas é como se a cada quarteirão fosse ficando inerte uma parte do todo que tanto falo, são os velhos pedaços mortos que voltam numa textualidade que nunca foi tão indesejada quanto agora.
Sinto falta de ser uma boa companhia, de ter utilidade e de me sentir pleno, sinto falta de sonhos e também da realidade,me parece que estou num vazio tão grande que meus gritos ecoam, e eu só preciso de alguém que os ouça, ou preciso que eu mesmo faça isso.
Tenho magoado e me magoado,como se um botão de auto-destruição houvesse sido ativado em algum lugar do meu corpo febril, como se o carro estivesse sem freio e alguém o guiasse por mim.Temo um futuro que nem sei se vai chegar.
Ando agindo pouco, mas nunca deixei de sentir.
Me alegra um pouco pensar na remota hipótese de que isso seja um aprendizado, mas do fundo do coração, eu preferia morrer burro e imaturo a perder pessoas especiais para mim.
A perder partes do meu todo.
Espero ansiosamente por boas novas,ou boas velhas, ou qualquer noticia que seja que me faça alegrar, ou corar ao sol, qualquer novidade que me traga um sorriso que lembro ter dado algum dia, qualquer coisa serve.
Espero angustiado por alguém que me peça favores, me xingue, me ressalte a importância que talvez eu tenha,ou simplesmente me ouça e entenda.
No fundo eu nunca quis estar assim, por mim tudo estaria igual como antes.
Tomara Deus que um dia tudo esteja bem de novo, que voltem os 6 de fevereiros, 26 de maios...que me volte a vida na sua totalidade.
Espero um dia poder me acompanhar,visto que me perdi.
Alguém me ouve?
Quem sabe um dia.