quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Eu sei que atrás deste Universo de aparências
Das diferenças todas
A esperança é preservada
Nas xícaras sujas de ontem
O café de cada manhã é servido
Mas existe uma palavra
Que eu não suporto ouvir
E dela não me conformo
Eu acredito em tudo,
Mas eu quero você agora
Eu te amo pelas tuas faltas,
Pelo teu corpo marcado, pelas tuas cicatrizes
Pelas tuas loucuras todas, minha vida
Eu amo as tuas mãos
Mesmo que por causa delas
Eu não saiba o que fazer das minhas
Amo teu jogo triste
As tuas roupas sujas é aqui
Em casa que eu lavo
Eu amo a tua alegria
Mesmo e fora de si
Eu te amo pela tua essência
Até pelo que você podia ter sido
Se a maré das circunstâncias
Não tivesse te banhado nas águas do equívoco
Eu te amo nas horas infernais
E na vida sem tempo quando sozinho
Eu bordo mais uma toalha de fim de semana
Eu te amo pelas crianças e futuras rugas
Eu te amo pelas tuas ilusões perdidas
E pelos teus sonhos inúteis
Amo teu sistema de vida e morte
Eu te amo pelo que se repete
E que nunca é igual
Eu te amo pelas tuas entradas,
Saídas e bandeiras
Eu te amo desde os teus pés
Até o que te escapa
Eu te amo de alma para alma
E mais que as palavras
Ainda que seja através delas
Que eu me defenda quando digo que te amo
Mais que o silêncio dos momentos difíceis
Quando o próprio amor vacila




P.S.*Texto de autor desconhecido, extraido do CD Maricotinha - Maria Bethânia

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Zé Ninguém

Zé foi ninguém e ninguém quis ser Zé,nem ao menos por um dia.Mas todo mundo sempre insistiu em dizer que Zé era alguém,alguém com um quê de circunspecto,mas com uma certa displicência que teimava em aflorar.
Zé oscilou,num curto espaço de tempo,de mocinho a vilão (visto dos olhos dos "justos").
Zé sempre foi Zé e ninguém conseguiu ir além.Sempre julgado e condenado sem ao menos ser preso,Zé foi caindo e levantando, e caindo, e levantando e levantando e levantando.Zé nunca se privou de sofrer,mas também nunca deixou a poeira baixar.Pois incomodar foi típico de Zé,e quem quisesse que duvidasse da capacidade e sinceridade dele,mas ninguém nunca conseguiu ser mais coeso e coerente do que Zé,Zé Ninguém.
Zé chorou,mas nunca provocou choro,não choro desmerecido.
Zé sorriu e fez sorrir.
Zé apareceu,marcou,e sumiu.Como todo Zé Ninguém cometa,que some.
Antes sumir que sofrer mais.
Zé foi chamado de mentiroso,de exagerado.Quando Zé nunca mentiu.
Sempre é cômodo acreditar no que se quer.Zé não era assim.
Zé era ninguém perto dos outros maiorais,aqueles que ficam no painel de controle só apertando botões e movimentando robôs...aqueles maiorais que conduzem o barco da forma que bem entendem,e que quando a maré tá alta e periga um naufrágio,jogam todo o peso dos outros fora para livrar sua índole podre abafada com litros de perfume francês.


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E um dia Zé cansou de ser ninguém e se tornou alguém de valor pra ele mesmo,e ai Zé começou a ver que a pessoa mais importante da vida dele era ele próprio,e que não importa se o chamariam de egoista,de auto-centrado ao extremo,ou até de hipócrita.Antes fazer e ser julgado,que ser condenado por aquilo que nunca se fez.
E agora o Zé é um cara de boa,que responde "bons-dia",mas que nunca os deseja primeiro,que apenas retribui abraços, que perdeu muitos sonhos (sonhos são apenas sonhos),que aprendeu a se valorizar e que tornou-se feliz!


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Allan Diego Zé Ricarte de Araújo Ninguém.
Um Zé Ninguém sem o qual eu nunca conseguiria viver.

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Sobre as pontas



Questionamentos que não param.
Afinal,qual o motivo de tanto descompasso,tanta metamorfose?
Se alguém souber,por favor,me responda,mas não sussurre,grite.Grite com o tom mais alto que conseguir,grite em Lá maior,grite em Si,mas não me deixe sem resposta,estou implorando.
Me diga o porquê de tanta mudança.tanta falta de atenção,tantos sonhos guardados na mala,sem uso,quando poderiam estar pairando nas aspirações de realidade.
Onde foram parar aqueles momentos sinceros,aquelas tantas alegrias ou tristezas divididas.Em que estação desceu a confiança,em que parada subiu o orgulho...em que acidente morreu?
Me fale sobre qualquer coisa,mas me fale.Só não me deixe falando só,porque nunca fui um.
Em que momento as linhas deixaram de ser paralelas e se tornaram divergentes,com que sentido e qual explicação do descaso,da falta de si próprio,da desunião.
E aquelas promessas todas pra daqui a pouco?
Também sumiram?
Aquelas vozes,sorrisos...
Nunca existiram talvez.
Querer demais nunca é tão bom quando se quer de quem não se dá.Espectativas são proporcionais a momentos de angústia.Quanto mais se espera,mais se espera e espera e espera e espera e espera,e frustra.
Mas há uma forma de barrar a espera alheia: nunca impulsioná-la.Apenas ser o mesmo dos primeiros minutos do 1º tempo até a prorrogação.Apenas não mudar o time,e nem mudar de time.
É como se fossem cartas de baralho empilhadas em forma de castelo,bem em frente a um tufão de ar.Nada resiste à indiferença.Ninguém suporta o desprezo.Antes o ódio,mas nunca o desprezo.
Pode ser que haja mesmo um cansei-de-você,mas qual a causa,motivo,razão ou circunstância pra que isto aconteça? E porque não FALA que isso acontece?
Só se exige sinceridade quando se é sincero.
Não me venha com paradoxos,não me venha.Apenas me responda porque o que antes era rocha,agora é copo de vidro sobre palitos de sorvete...


terça-feira, 11 de novembro de 2008

Haninha...

Sabe quando a gente tá mal, tá com raiva de tudo e de todos,sem compreender patavinas,perdido dentro de si próprioe tão inseguro a ponto de não saber dos próprios sentimentos?
É assim que tenho me sentido ultimamente sabe,um cara que muita gente insiste em dizer que é da hora e talz,mas que a mairia insiste em deixar isso só nas palavras mesmo,teoria sem prática,se liga?
Aí a gente se vê em desespero,sem certeza de nada, e pior ainda,a cada dia leva uma patada diferente da vida e perde alguém que considerávamos um pedaço grande de nós,aí a gente faz burradas e mais burradas, erra tentando acertar,se machuca e machuca também,e às vezes machuca quem não deve.É por isso que eu tô aqui,porque acho que te magoei,e eu não devia.
Sei sem modéstia que eu errei com meus motivos,com minhas percepções que, certas ou erradas,são minhas, e não posso trair a mim mesmo,mas sei também que você nunca quis me ferir,me deixar só ou me ver sofrer,porque você mostra isso nos olhos e os olhos são a janela da alma...porque você veio e me mostrou o quanto sou importante pra você...chegou e me arrancou a insegurança tremenda que eu tava sentindo naquele momento,pelo menos você me deu a certeza de ter importância.
Estou certo que não foram em vão esses 13 anos de amizade,essa vida de auto-conhecimento e de conhecimento mútuo.Sei que nunca vou ser trocado e que nunca ninguém vai conseguir de ti a intensidade de sentimentos que eu consigo,e a recíproca é verdadeira.Como você disse podemos não estar tão juntos 25 horas por dia,mas estamos unidos dentro das lembranças,na certeza de que um sempre terá o outro,e que um nunca se cansará do outro,porque amigos não se cansam,nem de conversar,nem de se ver,nem de dizer EU TE AMO.Amigos não se cansam justamente porque é nos amigos que buscamos refúgio,e eu tô buscando esse refúgio agora em você.
Te peço que nunca me abandone,nunca deixe esse pateta inseguro aqui se sentir só,porque eu posso ser a pessoa mais dificil desse mundo,mas sem falsa modéstia prezo a amizade acima de tudo,e sempre quero te ver bem.Peço que tenha paciência com minhas nóias e atos irracionais,com essa imensa necessidade que tenho de demonstrações,porque de que adianta essa vida sem a gente ver o carinho que os outros sentem por nós?
Te peço de verdade que nunca deixe esse noiado,abestado e um monte de coisa ruim a mais...mas te garanto que de todos os meus defeitos,o maior é a busca da perfeição.
E eu busco a todo instante ser perfeito contigo ao meu lado.
Desculpa se eu fiz algum dia algo que te magoou,ou que te fez chorar,mas em mim doeu muito mais a cada instante saber que estávamos separados por um imenso vazio chamado distância emocional,eu nunca mais quero passar por isso que estou passando,nunca quero precisar ouvir alguém dizer que tá cansado de mim.E sei que nunca ouvirei isso de você.
Eu te amo como a mim mesmo.
Lembro de quando estudávamos juntos,você com aquele cabelão nas alturas, e eu me sentia andando com você na rua,me achava o tal,com uma tonelada de personalidade,você sempre me foi causa de orgulho.Ai lembro das suas lágrimas que eu um dia ajudei a enxugar,ou a derramar de uma vez só,para que elas nunca mais caissem,e lembro de quando você ajudou a cicatrizar minhas feridas,sempre juntos,como irmãos.
Recordo das brigas de infância quando você quebrou meu conjunto de massa de modelar que tinha umas caveirinhas da hora,e em como eu fiquei puto com aquilo,mas no fundo eu sabia que aquele simples objeto nada valia comparado com a sua amizade,com a sua vida,eu quebraria tudo de valor que tenho pra te ter sempre comigo.Eu daria minha vida por você.Você é um pedaço de mim.
Lembra de quando a gente ficava isolado de todo mundo na sala de aula,todo mundo rasgando a gente morrendo de inveja? (apsklapkspakpskakspaks), e quando a gente ficava horas na lan house só vendo a vida passar...hoje vejo que acontece tudo muito igual,muita gente inveja nossa amizade, e somos no fundo o mesmo Allan véi nerd de sempre e a mesma louca varrida da Haninha.
Sempre dois em um.
Eu te amo, amo, amo, amo tanto que nunca saberia explicar,mas mesmo assim eu explico até onde consigo,porque quem realmente ama não se priva de dizer,rasga mesmo aos quatro cantos do mundo.Eu poderia pegar um auto-falante e sair gritando por ai meu amor por você.
Enfim,pra terminar eu preciso desesperadamente te agradecer pela sua existência,pela sua vida,pelas suas lágrimas que me mostraram o quanto você se importa comigo.Seu carinho,sua fé em mim,em meu potencial.Suas broncas,nossos momentos de felicidade e de aprendizado.Agradecer nossa amizade.
Te amo incondicionalmente Hanne Kiss Moreira de Sousa!
Obrigado e que Deus sempre te abençõe!
Um grande abraço do seu doido Lanz.

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Novamente solidão.

Involuntariamente repetitivo.
Mas quem me obrigará a trazer periodicamente novidades, se o mundo sempre gira e gira e gira e acaba esbarrando na mesma porcaria de lama imunda,nadando com os porcos?
Inovação é coisa de quem vive vida morta,de quem apenas passa,ou quem sabe,coisa de quem é feliz por mais de uma manhã dominical.Inovar é coisa de quem não está só,e eu teimo em estar só,sem mim mesmo ao meu lado.
Mas de certa forma há algo novo,uma visão nova do que seja a solidão,a tristeza.
Solidão vista do ângulo hipócrita que tomei por base não é nada mais que uma forma de sabermos quem nos acompanha,solidão é fonte de inspiração,de aprendizado.
Solidão é fonte de solidão.
Manhãs pálidas não me abalam agora,noites frias muito menos,tudo é natural se virmos o quão só sempre fomos,quem ousou blasfemar que um dia esteve acompanhado não soube analisar a vida com os olhos de se ver e a sensatez dos pensamentos.
Não soube olhar do lado e ver que apenas se está acompanhado quando algo em você agrada,quem desagrada inevitavelmente está solitário,porque incomoda,causa desconforto,e o mundo está cômodo demais para ouvir e dizer verdades,o mundo está podre.
São decepções em efeito dominó,como por combinação,por complô;são pessoas que se amam numa intensidade monstruosa e de repente pluft,esquecem com a maior facilidade...é desinteresse no próximo e é mais um monte de baboseira que se eu sair falando vou parecer um sensacionalista mauricinho,ou um diplomata,mocinho de novela, e se for pra eu escolher o papel,prefiro ficar de vilão,não nasci pra ser anjo, mas também não nasci pra ser um dois de paus perdido entre escombros.Nasci pra causar um tamanho desconforto em quem ousa pousar de bom samaritano,nasci pra viver assim,entre trancos e barrancos,mas não nasci pra engolir a seco as coisas que me incomodam.
É atormentador aceitar que uma pessoa é travada pra demonstrar sentimentos legais,quando ela sabe bem até demais demonstrar os que não são legais.Machucar sempre é mais fácil que dizer eu te amo.
Até quando viver nesse mundo pode não ser uma pergunta solucionável,mas aguentar tudo isso não vai durar muito,eu acho.
A cura pode ser novamente a solidão,ou a falta de expectativa,ou pode não haver cura.
Novamente solidão.