quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Distress

Nó na garganta.
Talvez essa sensação tenha se tornado comum com o passar dos tempos, talvez vá passar quando eu não conseguir, novamente, segurar as lágrimas que encherão meus olhos logo mais.
Quem sabe não exista realmente um nó aqui, pode ser que ele tenha sido desfeito pelas circunstâncias.
Mas hoje acordei querendo falar sobre coisas duras e dificeis, querendo fazer alguns pedidos à pessoas que ainda valem a pena.
Não tenho dormido muito bem há dias, meus olhos já apresentam um tom meio escuro que não tinham antes e que sempre achei charmoso nos outros. Em mim está parecendo uma cicatriz, mais uma.
Ao invés de dormir, tenho lido sobre amores felizes, tenho visto borboletas passarem contentes e luas cada vez mais lindas surgirem no céu. Tenho ouvido musicas e visto pessoas e dito mais coisas do que deveria.
E tenho sentido uma enorme angustia.
Angustia por perceber que as coisas que eu escrevo nunca tem destinatário certo, nunca chegarão aos corações que necessito tocar, nunca serão lembradas quando os ventos do tempo passarem.
Angustia profunda ao ver que meu sorriso desbotou, meus cabelos ressecaram e meu olhar morreu. Eu rezei a Deus, todos os dias, que meu olhar não morresse.
Sinto um aperto forte quando lembro do menino que eu era, aquele que todos achavam feliz, carismático. Aquele que dava bom dia, que sorria largo e brincava de pique-esconde aos 19 anos...
Me perdi de mim, aos poucos.
E não tem volta.
E eu, que tanto defendi o amor, suplico que ele nunca mais me apareça.
Que não me traga flores na primavera, que não me aborreça com seu cheiro de manhã e não me engane com suas promessas de que tudo vai terminar bem, porque não vai.
Que ele não me apareça domingo a tarde querendo dividir um chá e muito menos na segunda me deixando contente pra, depois, cortar as asas que me deu e me ver cair ao chão, despedaçado.
Que ele não me prometa sorrisos, não me desperte prazeres e não olhe nos meus olhos.
Porque meus olhos morreram.
Eu suplico ao amor que passe rápido, que não me chame atenção e que me deixe em paz.
Porque eu não aguento mais pensar em sentar na praia de mãos dadas, ir ao cinema ver uma comedia romantica, tomar fanta uva sentado na pracinha pacata, tomar banho de chuva, comer fruta do pé.
Não suporto a idéia de ser feliz pra sempre.
Porque eu não serei feliz.
Não mais.

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