quinta-feira, 26 de abril de 2012

Correnteza




Tudo se vai.
As coisas correm rápido demais, escapam das mãos, fogem dos olhos e passam.
Passam como se o tempo, n'um surto de desespero, desejasse atingir o máximo de velocidade possível.
Quando a gente vê já é noitinha, quando nos damos conta estamos sozinhos novamente. Um belo dia percebemos a primeira ruga, o primeiro cabelo branco, o derradeiro erro infantil e o inicio de uma gama de erros adultos.
De repente acordamos e sentimos que falta algo. Falta tempo.
E é nesse momento que sentamos, cabisbaixos, e simplesmente olhamos os dias irem embora, as horas rodopiarem, as pessoas sairem e entrarem com desculpas esfarrapadas e papéis de bombom amassados no bolso.
Então nos damos conta de que nada pertence a ninguém, de que o tempo é um empréstimo e que um dia, o rio leva.

Nenhum comentário: