quarta-feira, 6 de março de 2019

Por enquanto.

Certa vez eu li alguma coisa sobre a dor. Era uma frase que falava que é preciso doer como nunca para não doer nunca mais. Ainda dói como nunca.
Ainda é difícil dormir sozinho, mesmo que a cama esteja inconscientemente repleta de roupas e travesseiros. É difícil abrir a cortina no fim de semana e dói ver nosso aquário sem peixes. Ainda dói abrir as gavetas e, hora ou outra, me deparar com algumas coisas suas.
Ainda não consigo planejar alguma viagem de férias, porque não imagino nenhum destino para mim que não tenha sua companhia. Também é difícil ir ao cinema, comer sushi ou pedir pizza sem discutir o sabor com você.
Não consigo, por enquanto, visitar a sessão de casa e jardim das lojas, porque me lembra você. Tenho abandonado, também, o gosto pelo frio, pela chuva e pelos sábados.
Ainda é difícil rir de algo e não poder olhar pro lado na tentativa de saber se você também acharia aquilo engraçado. É pesado estar na roda das horas sem poder esperar o fim do dia pra te ver. Talvez a parte mais difícil seja chegar em casa e não poder subir as escadas rapidinho pra te ver.
Dói ouvir as músicas que conheci com você e aquelas que eu ainda não sei se você conhece, mas acho a sua cara.
Por enquanto está doendo.

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