quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Meu presente.

Um dia eu ganhei um presente.
E de alguma forma eu já esperava ganhá-lo.
Ele não veio embulhado, nem tampouco com fitilhas coloridas grudadas em caixas de bolinhas igualmente festejantes.
Meu presente veio exatamente do jeito que eu queria.
Só houve um grande problema: ele não veio literalmente.
Eu o ganhei, mas tive que desfrutar dele de longe, como quem administra uma empresa multinacional e precisa cuidar de cada filial sem nem mesmo visitá-la.
Isso sempre dá certo com empresas.
Mas nunca funciona com presentes.
Porque presentes precisam estar p-r-e-s-e-n-t-e-s.
E por culpa de ninguém, o meu não estava.
Contudo, passei a venerá-lo (já que eu tinha ganho o que eu queria, devia agradecer por isso, mesmo não tendo em mãos).
E venerei de tal forma, que um belo dia eu vi que não conseguia mais viver sem o tal presente.
Mas meu presente não queria mais ter dono.
E eu comecei a ver que estava perdendo tudo o que eu tinha ganho.
Meu presente virou passado.
E eu daria tudo pra que ele fosse futuro.
Meu amado e eterno presente.

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