segunda-feira, 26 de outubro de 2009

13 pra meia-noite (versão 2)

vSatisfação e alívio.
Isso poderia ser mera repetição de tudo que já passei, mas felizmente tudo é novo - de novo.
A hora é a mesma, coincidentemente ou não. Só a hora é a mesma.
Faz mais de um ano desde a primeira vez em que olhei o relógio e eram 23:47.
Da outra vez tudo estava frio e a moda de assassinar adolescentes estava em seu ápice. Agora eu não acompanho mais o que é moda, nem sei o que passa na TV além de realitys shows e intervalos comerciais...
O silêncio agora é total, não há mais um guarda que o interrompe. Não há mais um posto de gasolina na esquina. Não há mais bêbados, e dessa vez os bandidos existem.
Muita coisa mudou, quase tudo.
Ainda penso nas pessoas de todas as noites (mesmo que essas pessoas não sejam as mesmas)...Muita gente passou, muita gente apareceu, alguns mais reais permanecem, e por incrivel que pareça eu acredito piamente que, boa parte delas, está pensando em mim também.
Os pensamentos seguiram a mudança. Hoje penso em amores bem resolvidos, amizades eternas e no esplêndido sentido da vida.
Há pouco eu senti uma espécie de aviso. Novos tempos, novos dias...
Apanho o aparelho celular que repousa do meu lado e envio uma mensagem de texto para um dos meus personagens preferidos, um garoto, adolescente-adulto, que passa por problemas pessoais. Dilemas da vida que nunca são solucionados e servem unicamente para que aprendamos a viver (a maioria de nós não sabe).
Dessa vez não espero retorno da mensagem. Ele nunca chegará.
Não existe mais um par de all star sujo do lado da minha cama. Minha cama é outra.
A parede de bonés deu lugar a uma estrutura sólida de cor branco-gelo, com um relógio que, propositalmente, me aborrece com seu tic-tac initerrupto.
Volto a pensar.
Minha mãe, que saudade!
Agora eu durmo a mais de 7 horas de distância dela, e isso é uma das feridas que mais demorarão a cicatrizar.
Meus melhores amigos também estão longe.
Mas todos eles nunca sairão de dentro de mim.
As músicas também mudaram, claro!
Antes eu estava incerto de ser cura ou doença. Agora não me preocupo com isso, pois sei que posso ser os dois, tudo depende do desejo de quem prova. Posso ser antídoto ou veneno. A dose é essencial. Overdoses irreversíveis ainda existem.
Amanhã tenho aula e, surpreendentemente, sei de tudo o que será dito, feito, refeito...
Ultimamente eu tenho sabido de muita coisa, e isso é bom pra mim.
Levanto-me, olho.
Todos estão dormindo.
Pessoas que, da outra vez, eram totalmente desconhecidas, e que agora me acolheram como um membro da família.
Novidades que não param.
Em um ano, tudo muda.
Abro o refrigerador, água! A água também não mudou - e nem poderia.
A função dela talvez tenha mudado, barradores de lágrimas não funcionam muito bem para quem chora pouco.
Não funcionam muito bem pra mim.
Agora eu a uso para matar a sede. Incrível, não?
Agora esboço sorrisos inteiros e faço planos felizes...
Quem acredita, sempre alcança.
Meia-noite.
Madrugada.
Tudo tão igual que, por ser tão diferente, parece absurdo.
E eu continuo sendo o mesmo.
Irremediavelmente eu.


Veja a primeira versão de 13 pra meia-noite em:

http://lansaraujo.blogspot.com/2008/10/13-pra-meia-noite.html

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