Daquilo que eu nunca tive, pouco posso dizer, embora muito sinta.
Teu sorriso aberto, quase precipitado; o brilho dos olhos que cega e o calor das mãos, já que as minhas tem estado tão frias...disso tudo, nada tive.
Os versos que li contente, embora não fossem pra mim.
Os pensamentos que desconheço (mas que duvido que neles eu esteja) e as palavras que, quando soam, não trazem o som que espero...
As músicas que eu escuto por ti, e que você escuta sem motivos - ou não escuta.
O suave cheiro que você exala, e que por um momento se transforma no doce sabor de algo que nunca experimentei, mesmo desejando com todas as minhas forças!
Daquilo que eu nunca tive, me restam as lembranças do que eu teria, de um dia feliz onde tudo parecia começar e se quebrou antes mesmo de existir...
A tua voz, que de tão trêmula parecia sussurrada, falando coisas que eu sempre quis ouvir, sem nem mesmo mexer os lábios.
E o esquecimento do dia seguinte.
Ou o beijo, que nunca aconteceu.
De tudo aquilo que eu nunca tive, me sobraram os momentos que eu não vivi, as histórias que não ouvi - e nem contei- e o abraço forte que só te dei em sonhos...
E a esperança que teimo encontrar em cada olhar, cada conversa, e que acaba violentamente depois de um filme ou um estalar de dedos gelados.
Daquilo que eu nunca tive, o que mais me falta é você.
P.S. Foi só um vento fraco, eu espero.
Um comentário:
Que vento leve e romântico.
Gostei da frase do Lenine.
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