sexta-feira, 21 de maio de 2010

Green eyes.

À Rafaelly Nunes


Um dia, quando eu for bem velhinho vou me lembrar de muita gente, não quero perder de vista as situações, as pessoas, os ventos constantes que me sopram quando a vida arde demais.
E se há alguém de quem certamente me lembrarei, nesse dia, será dela.
Uma garota difícil, quase problemática.
Que de tão dificil se torna insuportavelmente cativante. Não consigo me livrar das pessoas que entram no coração sem bater nem se avisar.
Não consigo - e nem quero - me livrar dela.
Ela é daquelas mulheres-meninas que não sabem o que farão daqui a um minuto, mas sabem que não se arrependerão e nem pisarão em falso. Uma pessoa que não se apaga, não desbota. Uma pessoa que o vento não leva.
E que bom que os ventos a trouxeram.

Já fizemos planos falidos, assistimos filmes nostálgicos de mãos dadas no sofá, já rimos um do outro e já choramos um pelo outro.
Já brigamos, pensamos que nunca mais iríamos nos suportar, mas sempre caímos no mesmo truque do destino e acabamos mais fortes do que nunca.
Já nos perdoamos, muito.
É difícil conviver com uma pessoa que, surpreendentemente, é tudo aquilo que não queremos ser, embora seja aquilo que somos.
Uma garota com alguma coisa de pimenta mexicana, com um ardor de encher os olhos; com uma doçura de sonho de valsa e leve como uma barrinha de cereal integral. Ou pesada como uma feijoada à meia-noite.
Ela foi, e é, um pouco de tudo isso.

Sorriso encantador, mascarando sua mente suja (mas também encantadora); gargalhada escandalosa, quase estridente; jeito desconcertante de quem quer colocar você no fogo e rir ao te ver queimando.
E um olhar de um verde perfeito, que fala por si só, mais que a boca.
Olhos verdes inesquecíceis.
Meu apoio.

Ela que transformou meu vento fraco em tempestade.
Ela que disse me amar quando eu mais precisava e menos merecia.
Ela que me faz tanto bem, mesmo agora quando tudo está tão diferente.

Ela que eu nunca vou esquecer.

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