sábado, 9 de agosto de 2008

Respeitável Público

Eis que a lona é armada.
E o espetáculo começa.
Mas nada está igual como antes, agora novas dançarinas se sacodem, se contorcem vomitando as próprias controvérsias; agora os mágicos ao invés de coelhos tiram bois,tiram vacas, das suas cartolas sujas pela imundice das próprias mãos. As únicas inocentes são as cartolas.
Dessa vez a lona é bem maior, bem mais abrangente, e o público também mudou, todos agora sabem exatamente o que vai acontecer. Pobreza, previsibilidade.
Outra novidade é que uma antiga contocionista agora também é malabarista, e alguém a viu com umas marionetes. Multiuso. Mas dessa veterana eu não lembrava, talvez ela não estivesse nesse circo antes, ou talvez eu achasse que ela era público, como eu.
Existem também novos palhaços, ou velhos palhaços com piadas novas, piadas sem graça.
Contrataram novos equilibristas, que não são muito bons nas cordas bambas.Mas acertaram na escolha da nova dona, ela é uma das vacas que alguém tirou da cartola. O que eu tinha falado mesmo sobre as cartolas?
Me estranha agora uns homenzinhos anões que rondam as grades.Anões de caráter e de personalidade. Não são tão anões e nem tão homens, mas quase não os enxergo.
Novas brincadeiras surgiram, com novas pessoas.
Novos "não-sei-o-que" apresentam cambalhotas mal dadas, sem compasso, sem graça. Não sei quem são, figurantes talvez.
Agora existem sábios superdotados que precisam de provas pra tudo.Só não encontrei as provas de que eles existem, havia esquecido que eles são personagens também.
Tudo é novo.
Quase tudo.
A hipocrisia é a mesma de sempre.
E o espetáculo sempre termina com histórias surreais.

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